Dengue

A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus do qual são conhecidos quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas oligossintomáticas1 até quadros graves, podendo evoluir para a morte. No Brasil, o padrão epidemiológico2 tem variado ao longo dos anos. Inicialmente, casos de dengue ocorriam, principalmente, em adultos jovens. Entre 2007 e 2009, observou-se um aumento das formas graves, atingindo, principalmente, crianças.

Influência do clima no comportamento da dengue

A dengue é extremamente afetada pelo clima e isso fica evidente na manifestação sazonal3 da doença, sobretudo em períodos de verão. Entretanto, outras variáveis contextuais e biológicas são necessárias para a manifestação do agravo4 nas populações. Dentre as variáveis biológicas, destaca-se a presença de populações vulneráveis ao sorotipo circulante; dentre as variáveis contextuais, destaca-se o espaço geográfico no qual essa população está inserida e suas condições ambientais e de vida.

Glossário
1- Oligossintomática - Sinônimo de: incaracterística, atípica, incomum, diferente, inusual, inabitual, anômala, invulgar, rara. Fonte: https://www.sinonimos.com.br/
2- Epidemiológico - Estudo das epidemias em seus sintomas, causas, etc. Fonte: Dicionário Priberam.
3- Sazonal - Ref. a uma estação ou época (fenômeno sazonal); estacional. Fonte: Dicionário Caldas Aulete.
4- Agravo - Aumento da intensidade ou gravidade de um mal, de doença ou sintoma; agravamento. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. 

Fontes: Análise de Situação de Clima e Saúde - Módulos 1 e 2 

Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida por vetores artrópodes1, que possui dois ciclos epidemiológicos2 distintos (silvestre e urbano). A doença apresenta gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas. Na febre amarela silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres. No Brasil, a espécie Haemagogus se destaca na transmissão, embora outras espécies tenham sido documentadas com vírus da febre amarela. Na febre amarela urbana, o Aedes aegypti é o principal mosquito transmissor, por conta da alta capacidade de adaptação desse mosquito ao ambiente urbano; já nas áreas rurais, o mais frequente é o Aedes albopictus. 

Influência do clima no comportamento da febre amarela
A influência climática sobre a febre amarela diz respeito a alterações no comportamento reprodutivo do vetor, sobretudo, com relação ao Aedes aegypti e Aedes albopictus. Contudo, ao contrário da dengue, contra a febre amarela existe uma vacina eficaz para o controle da doença. O clima apresenta importante contribuição na população de vetores, proporcionando desde o aumento de criadouros naturais ou artificiais, com dimensões variáveis em volume de água, até o desenvolvimento do vetor, que na fase de larva ocorre em ambientes aquáticos e na fase adulta é aéreo-terrestre. A duração de cada fase depende de fatores ambientais, climáticos e de recursos disponíveis nos ecótipos3. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, mais conhecido  como IPCC (da sigla em inglês), epidemias de febre amarela urbana começam a ocorrer na América Tropical e espera-se que esse vírus se mova rapidamente através de meios de transportes para a Ásia e o Pacífico, onde eles nunca foram encontrados.

Glossário
1- Artrópode - Espécime dos artrópodes (Arthropoda), filo de animais invertebrados que têm corpo segmentado, revestido de carapaça quitinosa, e membros articulados (p.ex.: caranguejos, insetos, aranhas etc.) Fonte: Dicionário Caldas Aulete.
2- Epidemiológico - Epidemiológico -Estudo das epidemias em seus sintomas, causas, etc. Fonte: Dicionário Priberam.
3- Ecótipo - Variação genética de uma espécie que se adaptou a uma zona geográfica específica. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. 

Fonte: Análise de Situação de Clima e Saúde - Módulos 1 e 2

Leishmaniose tegumentar americana

A leishmaniose tegumentar (LT) é uma doença infecciosa de transmissão vetorial1, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania. Os vetores da LT são insetos denominados flebotomíneos. A doença é, primariamente, uma infecção que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. Classicamente, a doença se manifesta sob duas formas: leishmaniose cutânea e leishmaniose mucosa (3 a 5% dos casos). A leishmaniose tegumentar americana encontra-se entre as seis doenças infecto-parasitárias de maior importância no país.

Influência do clima no comportamento da doença

A temperatura e a umidade ideais para a atividade do vetor da leishmaniose está ao redor de 20°C e acima de 90%, respectivamente. Durante e após períodos intensos de chuva, a população do vetor tende a reduzir sensivelmente, possivelmente, devido ao impacto que as precipitações ocasionam nos criadouros da espécie.

Glossário

1- Vetorial - Referente a vetor, ser vivo que pode transmitir parasitas, bactérias ou vírus a outro: Mosquitos são vetores de vários tipos de vírus. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. 

Fonte: Análise de Situação de Clima e Saúde - Módulos 1 e 2 
 

 

Malária

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea do mosquito da espécie Anopheles. Reveste-se de importância epidemiológica1 por sua gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas com densidade vetorial que favoreça sua transmissão. Os vetores2 da malária são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. O agente etiológico3 da doença é o protozoário do gênero Plasmodium. No Brasil, três espécies causam a malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae. A malária é uma doença de notificação compulsória4 regular e todo caso suspeito deve ser notificado em até sete dias, quando ocorrido na região Amazônica. Na região Extra-Amazônica, a malária é uma doença de notificação compulsória imediata. Dessa forma, todo caso suspeito deve ser notificado em até 24 horas, pelo meio mais rápido disponível.
 

Influência do clima no comportamento da malária
A dinâmica epidemiológica da malária não pode ser resumida às variáveis climáticas, mas a situação epidemiológica da doença pode ser agravada por variáveis como chuva, temperatura e umidade. Destaca-se a presença mais abundante do vetor nas estações de transição entre seca e chuva e vice-versa.

As chuvas na região contribuem para a formação de criadouros e influenciam a dinâmica de cheia e vazante dos rios. A variação do nível d’água dos rios contribui para a formação de coleções hídricas favoráveis à reprodução dos mosquitos. Com isso, a distribuição dos mosquitos pode flutuar seguindo as variações nos níveis dos rios. A alteração do regime de cheia e seca da Amazônia pode estar relacionada a fenômenos climáticos como o El Niño. Essas situações podem influenciar direta ou indiretamente a transmissão de malária. Entretanto, é importante ressaltar a relevância da atuação dos serviços de saúde local no combate à doença.

Glossário
1- Epidemiológico - Estudo das epidemias em seus sintomas, causas, etc. Fonte: Dicionário Priberam.
2- Vetor - Ser vivo que pode transmitir parasitas, bactérias ou vírus a outro: Mosquitos são vetores de vários tipos de vírus. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. 
3- Etiológico - Ref. a etiologia, que estuda a causa de algo: Os fatores etiológicos da gripe. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. 
4- Compulsório - Que compele, obriga; que tem caráter obrigatório. Fonte: Dicionário Caldas Aulete. 

Fonte: Análise de Situação de Clima e Saúde - Módulos 1 e 2 

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Tendências de problemas ambientais e de saúde