A asma, também conhecida como bronquite alérgica ou bronquite asmática, afeta aproximadamente 235 milhões de pessoas no mundo, incluindo adultos e crianças. Esse número tem aumentado nas últimas três décadas, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. Essa enfermidade é a doença crônica mais comum em crianças, caracterizada pela inflamação e o estreitamento dos brônquios (canais que levam o ar que inspiramos até os pulmões), condições que acarretam falta de ar pela dificuldade de sua circulação. As causas da asma envolvem múltiplos aspectos, que apontam para a interação entre fatores ambientais e genéticos, embora não seja muito conhecido o relacionamento entre esses agentes. 

O aumento da prevalência global da asma ainda não foi vinculado a nenhum fator específico. Assim, mudanças em aspectos como predisposição genética, exposição a agentes ambientais que causam alergia (alérgenos), poluição do ar, fatores alimentares e reações imunológicas fora do padrão desenvolvem a asma. No contexto das mudanças climáticas, a duração e a frequência da exposição a agentes alérgenos e irritantes podem ser fatores cruciais que levam ao desenvolvimento da doença. Com isso, infecções virais precoces e a exposição passiva à fumaça de cigarros e a poluentes atmosféricos podem estar associados ao desenvolvimento de asma em crianças.

Determinantes e condicionantes da asma

O estudo dos fatores de risco associados à asma envolve uma interação complexa influenciada por características genéticas, ambientais, socioeconômicas, entre outras. Diferentes estudos mostram que a exposição a determinados fatores no período pré-natal e início da infância são determinantes na incidência da asma, como tabagismo materno na gravidez, parto cesáreo, prematuridade, história de pais asmáticos, exposição a poluentes atmosféricos, infecção materna, obesidade e estresse.

Determinantes sociodemográficos e fatores de risco

- População infantil (menor de cinco anos)
-  Acesso a serviços de saúde durante pré-natal
- Infecção materna
-  Estresse 
- Obesidade
- Prematuridade e fatores genéticos

Determinantes Ambientais
- Temperatura
- Chuva e umidade
- Poluição atmosférica
- Exposição ao tabagismo
- Poeira e pelos de animais
- Pólens e fungos 

Influência do clima no comportamento da asma

A contribuição dos poluentes como fator de risco para a prevalência e incidência de asma tem sido demonstrada recentemente. Em um cenário de aquecimento, com elevação da temperatura e, consequentemente, piora da qualidade do ar, a tendência é o aumento de doenças respiratórias e da piora das crises de asma.

Em áreas urbanas, alguns efeitos da exposição a poluentes atmosféricos são potencializados, quando ocorrem alterações climáticas, principalmente as inversões térmicas. Isto se verifica em relação a asma, alergias, infecções bronco-pulmonares e infecções das vias aéreas superiores (sinusite), principalmente, nos grupos mais vulneráveis, que incluem as crianças menores de cinco anos e indivíduos maiores de 65 anos de idade.

Outros impactos poderão ser observados nos próximos anos, como as mudanças na distribuição de agentes que causam alergia. Com o aumento do CO2 na atmosfera, verifica-se também um aumento da sincronização na liberação de pólen de plantas, promovendo o crescimento e a formação de esporos de alguns fungos no solo. Em invernos mais quentes, a estação de pólen de grama ou de outras plantas pode ser antecipada, aumentando sua concentração na atmosfera. Essa característica pode aumentar a incidência de rinite alérgica e asma, além da intensidade e duração de sintomas. Em algumas partes do mundo, o problema também tem se agravado devido ao aumento da temperatura. Importante ressaltar que as partículas provenientes de diesel são agravantes, pois transportam esses alérgenos1 para os pulmões, intensificando a carga dessa doença em grandes centros urbanos.

Glossário

1- Alérgeno - Agente que causa alergia. Fonte: Dicionário Caldas Aulete.

Fonte: Análise de Situação de Clima e Saúde - Módulos 1 e 2