A pressão arterial refere-se à força que o sangue faz contra as paredes das artérias para conseguir circular por todo o corpo. Geralmente, os valores da pressão arterial caem quando dormimos ou estamos relaxados e sobe com atividade física, agitação, estresse. Além de fatores de risco tidos como "clássicos", as evidências científicas vêm apontando para a influência de diversos fatores ambientais sobre a hipertensão e demais causas cardiovasculares associadas a essa doença. Em razão das condições de vulnerabilidade biológica, os indivíduos hipertensos são propensos a apresentarem alterações cardiovasculares relacionadas ao aumento de poluição atmosférica durante eventos de ondas de calor e ao fenômeno de salinização, todos associados às mudanças climáticas.

Influência do clima no comportamento da hipertensão

Embora os estudos tenham explorado os efeitos agudos da temperatura na pressão arterial (PA), poucas foram as pesquisas que analisaram as mudanças longitudinais1 da PA em relação às flutuações climáticas. Olhando sob a perspectiva das mudanças climáticas, em longo prazo, o aumento de condições extremas como as ondas de calor poderia aumentar a mortalidade em indivíduos hipertensos, especialmente na população idosa. Indiretamente, o risco de morbimortalidade2 frente às mudanças climáticas na população hipertensa também poderia acentuar-se com o aumento das concentrações de poluentes atmosféricos e devido ao processo de salinização.

Glossário
1- Longitudinal - 3. Anat. Que está dirigido no sentido do comprimento ou do eixo principal de um órgão, de um corpo ou de uma parte de algum corpo. Fonte: Dicionário Caldas Aulete.
2- Morbimortalidade - 1. Relação entre o número de casos de enfermidade ou de morte e o número de habitantes em dado lugar e momento. Fonte: Dicionário Priberam. 

Fonte: Análise de Situação de Clima e Saúde - Módulos 1 e 2