Foto de Franklin Paz/MS
Representantes de ministérios e instituições que debatem saúde e periferias se reuniram na Fiocruz Brasília, nesta terça-feira (12/11), para a instalação do Grupo de Trabalho Técnico em Saúde dos Territórios de Periferias (GTT) no Ministério da Saúde. Renata Gracie, coordenadora do Observatório de Clima e Saúde, esteve presente e apresentou o Mapa de Potencialidades das Periferias.
“As periferias brasileiras são retratadas, na grande maioria das vezes, com ênfase em suas vulnerabilidades — que existem pela ausência de políticas públicas. E, ainda assim, esses territórios seguem mostrando, cada vez mais, inúmeras potencialidades”, destacou Renata em sua fala.
O objetivo do GTT é “mapear, articular e apoiar a implementação de políticas públicas que promovam direitos e garantam o acesso à saúde nos territórios periféricos do Brasil, com foco em grupos historicamente marginalizados”. A intenção é integrar diversos grupos sociais, incluindo populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas e moradores de rua, para fortalecer a participação social e assegurar o exercício pleno da cidadania.
O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, participou da abertura do evento e lembrou que “a transformação do território é o que pode garantir o direito de envelhecer com dignidade para todas as pessoas idosas”.
Participação popular
O Mapa de Potencialidades das Periferias é uma plataforma desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde e lançada em junho, que pretende identificar as potencialidades das periferias brasileiras que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades. A iniciativa foi pensada a partir da atuação comunitária durante o período da COVID-19.
Até o momento, foram identificadas em todo o Brasil 16 mil potencialidades com CNPJ. Sem cadastro, são mais de 112 mil potencialidades espalhadas pelo país. “O objetivo é estruturar o sistema e promover o compartilhamento para que diferentes territórios conheçam essas experiências, troquem ideias e estimulem o aumento dessas potencialidades”, declarou Renata.
Igina Mota Sales, representante do Movimento Afrodescendente do Pará (Mocambo), destacou a participação social nessa construção: “Uma política pública que vai impactar a vida de uma pessoa vulnerável no Rio Grande do Sul não pode ser a mesma que será aplicada em Bragança. É necessário estarmos presentes no cotidiano da construção dessas políticas”, afirmou.
Valcler Fernandes, assessor especial para a Saúde nos Territórios de Periferias, indica que o Ministério da Saúde está comprometido em fortalecer o SUS nas periferias, “assegurando que as políticas públicas sejam construídas com a participação daqueles que conhecem as realidades locais. A comunicação em saúde deve seguir as diretrizes de descentralização do SUS, garantindo a inclusão de diversos grupos sociais”.
O evento completo pode ser assistido no canal do Ministério da Saúde neste link.
*Com informações do Ministério da Saúde