Eixos prioritários do projeto

O projeto está centrado em quatro eixos prioritários para a pesquisa: os efeitos da poluição atmosférica na saúde humana, com foco nas queimadas e doenças respiratórias; o impacto de grandes fenômenos climáticos na saúde humana, tal como a fome, a desnutrição e as doenças mentais provocadas pela seca; a expansão das áreas de transmissão de doenças por vetores, como a dengue e a malária; e o aumento dos riscos de incidência de doenças de veiculação hídrica, como a hepatite A, a leptospirose e a esquistossomose, associadas a deficiências no abastecimento de água e sistema de saneamento. Todos esses estudos pretendem compreender como o processo de mudanças climáticas interfere na dinâmica dessas doenças.

Tecnologia que promove a dimensão participativa inclui 'Base Viva' 

O Observatório possui ainda uma dimensão participativa da sociedade que envolve a construção da plataforma de dados por meio da “Base Viva”, ferramenta que permite a inserção, por parte do cidadão, de informações sobre eventos naturais e condições de saúde da população. Esta interface possibilita ainda o monitoramento das ações governamentais frente às condições socioambientais por parte da sociedade e oferece espaço para comentários, reivindicações e sugestões.

Esse Banco de Informações oferecerá, entre outros serviços, um suporte para a ampliação da pesquisa, o desenvolvimento e a inovação, envolvendo as relações entre as mudanças ambientais e climáticas e seus efeitos sobre a saúde da população. Também proporcionará incentivos à tomada de decisão pelos gestores, por meio da disposição da comunicação dessas informações na esfera governamental e para a sociedade.

A observação de padrões espaço-temporal de doenças que estão relacionados às mudanças ou variações climáticas pode ajudar pesquisadores dos setores de saúde, ambiente, ciência e tecnologia, entre outras áreas, para a produção de conhecimento sobre o assunto.

Utilizando uma metodologia de Mapeamento Participativo, vamos possibilitar que membros de diversos setores da sociedade possam se cadastrar na plataforma¹ e relatar, por meio de fotos, vídeos e textos, um determinado processo de doença ou desastre natural relacionado ao clima. Essas informações integrarão uma base de dados georreferenciados (localizados no espaço geográfico). Uma possibilidade desse tipo de participação social pode ocorrer na identificação de áreas vulneráveis à ocorrência de desastres naturais que gerem situações de emergência. Episódios, por exemplo, nos quais haja risco de morte e, por sua vez, necessitem de respostas imediatas do poder público. O fortalecimento do tecido social e o estabelecimento de redes de proteção são opções importantes e eficazes como mecanismos de prevenção.

Os governos, de certa forma, vêm ampliando as formas de prevenção aos impactos socioambientais provocados por eventos climáticos extremos, como no caso de fortes chuvas e inundações, no entanto, essas medidas têm se mostrado ineficientes frente aos danos que esses fenômenos têm causado nos últimos anos. Portanto, ao propor a participação da sociedade civil como colaboradora do Observatório de Clima e Saúde, a Fiocruz  promove o direito à informação como recurso à mobilização social e possibilita a integração dos saberes e práticas derivadas tanto das entidades populares como da comunidade científica nos seus mais amplos segmentos.

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Nota
1 - Após o cadastro, um profissional da equipe do Observatório faz a validação de cada usuário