Doenças transmitidas por vetores
As doenças transmitidas por vetores constituem importante causa de morbidade1 e mortalidade no Brasil e no mundo, sendo um dos principais problemas de saúde pública.
A comprovação de insetos e outros animais no ciclo de transmissão de agentes infecciosos2 ao homem e aos animais domésticos ocorreu somente no fim do século XIX e nos primeiros anos do século XX.
Entende-se como doença transmitida por vetor aquela que não passa diretamente de uma pessoa para outra, mas requer a participação de artrópodes, principalmente insetos, responsáveis pela veiculação biológica de parasitos e micro-organismos a outros seres vivos.
Em nosso país, inúmeras são as doenças transmitidas por vetores, como dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, febre amarela, vírus Oroupouche, Mayaro, filarioses, febre do Oeste do Nilo, encefalites, entre outras. Algumas dessas enfermidades são amplamente distribuídas no território nacional, como a dengue, enquanto outras são restritas a certas regiões, como o vírus Oroupoche, no Pará.
Mudança climática e doenças transmitidas por vetores
O ciclo de vida dos vetores, assim como dos reservatórios e hospedeiros que participam da cadeia de transmissão de doenças, está fortemente relacionado à dinâmica ambiental dos ecossistemas onde vivem, sendo limitado por variáveis ambientais como temperatura, precipitação, umidade, padrões de uso e cobertura do solo.
As evidências sugerem que a variabilidade climática tem apresentado influência direta sobre a biologia e a ecologia de vetores e, consequentemente, sobre o risco de transmissão das doenças veiculadas por eles.
Atualmente, a mudança climática tem gerado preocupações sobre uma possível expansão da área atual de incidência de doenças transmitidas por vetores. Um dos maiores efeitos da mudança climática sobre as doenças vetoriais pode ser observado nos eventos extremos, que introduzem uma forte flutuação no ciclo das doenças.