Em 2024, foram registradas pelo menos oito ondas de calor no Brasil. Afetando diretamente a saúde, elas se tornaram alvo de monitoramento para pesquisadores das áreas de saúde e meteorologia. Para discutir essas questões, alguns deles se reuniram na Universidade de Brasília (UnB) entre os dias 2 e 3 de dezembro, a fim de debater metodologias e estratégias para monitorar e mitigar os impactos das ondas de calor na saúde.
Especialistas da UnB, Fiocruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) participaram da oficina "Análise do Impacto das Ondas de Calor na Saúde, Monitoramento e Alertas".
Para o coordenador do Observatório de Clima e Saúde e representante da Fiocruz,, Diego Xavier, a atividade foi uma oportunidade de mostrar a relevância da ação coletiva quando o tema é saúde pública. “O evento reforçou a importância de uma abordagem interdisciplinar e colaborativa para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas e seu impacto na saúde”, afirmou.
A coordenadora do Laboratório de Geografia, Ambiente e Saúde (LAGAS), Helen Gurgel, também destacou a importância da reunião entre os especialistas: “Foi fundamental promover o encontro entre instituições de pesquisa em saúde e meteorológicas para aprofundar os estudos dos efeitos das ondas de calor na saúde da população e propor dados e indicadores para avaliação monitoramento e definição de alertas”.
Os pesquisadores puderam conhecer atualizações dos projetos em andamento, bem como os avanços conquistados. Eles debateram o uso de dados climatológicos e de saúde para monitoramento e a definição de variáveis relacionadas às ondas de calor, com discussões focadas em indicadores de calor extremo e métricas de severidade.
Além dos debates sobre metodologias de análise, com foco na relação entre ondas de calor e saúde, foram exploradas as experiências nacionais e internacionais na implementação de sistemas de alerta para ondas de calor. “Discutimos os desafios para desenvolver um sistema robusto no Brasil”, destacou Diego. O evento resultou em propostas de ações práticas, incluindo reuniões e atividades previstas para 2025.