Atingida pela cheia, a Rua dos Barés, no Centro de Manaus, começou a receber cal nesta quinta-feira (21). Segundo a Prefeitura, os trabalhos têm o objetivo de descontaminar a água que fica acumulada na via neste período. O serviço no local será realizado a cada três dias durante 90 dias.
Não precisa ir até a periferia de Maceió para se deparar com o esgoto doméstico – ou residencial - que é lançado sem tratamento nas ruas. No bairro da Jatiúca muitos moradores ainda utilizam encanações que ligam as pias da cozinha e da área de serviço para lançar água com detergente, sabão em pó, gorduras e outras substâncias bem na porta de suas casas.
O problema atinge boa parte da cidade, que sofre com a falta de saneamento básico e tratamento adequado do esgoto.
A água é essencial para a manutenção da vida de todos os seres humanos, porém o consumo do líquido contaminado pode acarretar em graves problemas de saúde como hepatite, leptospirose e diarreias. São as chamadas doenças de veiculação hídrica. Essas enfermidades são causadas por bactérias, vírus e parasitas encontrados na água.
Manaus - O terceiro alerta de cheia do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou que a enchente deste ano pode ser a segunda maior da história. Nesta segunda-feira (1), a cota do Rio Negro chegou a 29,37 metros e o nível da água está subindo, em média, quatro centímetros por dia.
O verde esmeralda e o azul anil que tornam exuberante o mar de Maceió escondem o despejo de esgoto nas galerias de águas pluviais que chegam às praias da capital de Alagoas. Segundo a análise de balneabilidade das praias alagoanas, 80% das praias de Maceió estão impróprias para banho.
As fortes chuvas que ocorreram recentemente em Salvador provocaram um aumento de insetos e de doenças transmitidas por animais na cidade.
O número de notificações de casos de leptospirose - doença transmitida por ratos - aumentou em 75% nos meses de abril e maio (meses com maior volume pluviométrico), em comparação ao que foi registrado nos três primeiros meses deste ano, quando chove menos.
Está terminando o período de cheia dos rios do Amazonas, mas a população ainda sofre muito com o aumento do nível da água. Em Manaus, tem gente ficando doente por causa da sujeira trazida pelos rios.
O som mais comum da cheia é o das marteladas. Para fugir da água é preciso construir pontes de madeira dentro de casa e esperar. “No mínimo, um mês ou dois meses, aí depois ela dá uma parada, aí vem aquele mau cheiro”, relata o autônomo Artur Alencar.
Retirar lixo do igarapé faz parte da rotina do casal Ana Paula Reis, 37, e José Antônio Soares, 35, que tentam, ao máximo, diminuir a hostil convivência com ratos que infestam o beco São João Batista, no Educandos, Zona Sul. “Fazemos isso por conta própria porque sabemos que o mínimo que podemos fazer é tentar limpar o espaço onde moramos. Infelizmente a maioria dos moradores não tem essa consciência e acaba despejando lixo no igarapé”, conta Ana Paula.
No Amazonas, duas cidades estão em situação de calamidade pública - e 46 em emergência por causa da cheia dos rios. Em Manaus, a cheia é também de lixo.
Seu Antônio improvisa como pode para evitar que o lixo invada a casa dele.
"Estou fazendo a minha parte. É o jeito, é obrigado, não tem quem faça, para ajudar em nada", conta o aposentado Antônio Marinho.
São rios de lixo espalhados pela cidade. Trinta toneladas de sujeira são retiradas por dia dos igarapés da capital. E isso custa quase R$ 1 milhão por mês. Tudo isso porque, para muita gente, o rio serve como lixeira.
Anamã, a 168 km de Manaus, está 100% alagada pelo Rio Solimões. Nesta sexta-feira (19), a Defesa Civil do Amazonas atestou o estado de calamidade pública no município. Mais de 8,3 mil pessoas já foram afetadas pela cheia na cidade. Um plano emergencial está previsto para atender famílias afetadas. Outras 46 cidades do estado estão em situação de emergência.
Os 16 mil moradores de Pirapora do Bom Jesus, na região metropolitana de São Paulo, surpreenderam-se nos últimos dias com o volume de espuma que cobriu o Rio Tietê e tomou as ruas da cidade. Com mais de 3 metros de altura, a camada de espuma chegou até a porta de algumas casas. O fenômeno é frequente nesta época do ano, quando as chuvas diminuem e o problema da poluição no rio se agrava.
MANAUS – A elevação das águas na Bacia do Rio Negro na região da capital do Amazonas está perdendo força. No Porto de Manaus, a altura da água está em pico de cheia, ou seja, próximo do nível máximo previsto para este ano. Mesmo assim, o nível ainda é alto. As informações são do 24º Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Entre os dias 1 e 15 deste mês de junho, o rio subiu em média 1,6 centímetro (cm) por dia. No mesmo período do mês de maio, este número foi de 5,2 cm.
Depois das bactérias multirresistentes, o Distrito Federal também enfrenta casos de leptospirose que já matou cinco pessoas este ano e infectou outras 21 em 2015, número igual ao registrado em todo o ano passado. A doença é provocada pela bactéria leptospira e transmitida pela urina de ratos. Dor de cabeça febre e pele amarela estão entre os sintoma
Uma em cada três pessoas no mundo – cerca de 2,4 bilhões de indivíduos – ainda não têm acesso a serviços de saneamento básico e água potável, concluiu um levantamento global da Unicef e da World Health Organization (WHO) divulgado na última semana. No Brasil, as condições evoluíram bastante nos últimos 25 anos.
“O que os dados mostram é a necessidade de focar nas desigualdades como único caminho para alcançar um progresso sustentável”, diz no relatório Sanjay Wijesekera, chefe da divisão de água e saneamento da Unicef.
O risco de contrair algumas doenças aumenta durante a cheia dos rios do Amazonas. O contato com água contaminada favorece alguns tipos de enfermidades. Um levantamento realizado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) aponta que foram registrados 175 casos de leptospirose e hepatite A em áreas atingidas pela enchente, de janeiro a junho de 2015. O levantamento também aponta que mais de 85 mil pessoas tiveram diarreia.
O nível do Rio Negro está no começo do período da vazante, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Desde o começo do mês de julho, a cota baixou nove centímetros. A marca nesta quarta-feira (6) é de 29,56 metros.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) emitiu um alerta nesta segunda-feira (6) para o provável aumento de casos de doenças de veiculação hídrica, principalmente diarreias e leptospirose, devido às fortes chuvas em Alagoas.
As doenças citadas são causadas pela urina do rato, e afetam crianças e idosos de forma mais intensa. Nos municípios onde registraram alagamentos e há família desalojadas o cuidado deve ser redobrado.
As águas do rio Tietê, no trecho que passa pela cidade de Salto (SP), voltaram a apresentar coloração escura neste fim de semana. O rio ficou acinzentado entre sábado (4) e domingo (5). As frequentes mudanças na tonalidade do principal rio paulista preocupam os moradores, já que no ano passado, a água chegou a ficar preta.
Segundo os moradores, a água começou a ficar cinza no sábado e clareou no começo da tarde de domingo, mas ainda chamava a atenção de quem passava pelo local.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que está sendo investigado um caso suspeito de leptospirose, no Bairro Abadia, em Uberaba. Conforme a nota da assessoria da SMS, no dia 29 de junho, um homem de 56 anos foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Mirante, com sintomas da doença.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) e da Universidade do Piauí descobriram uma maneira de utilizar o jaborandi, planta muito utilizada na indústria de cosméticos, no tratamento da esquistossomose. A doença é a verminose que mais mata no mundo e o parasita, o Shistossoma Mansoni, é comum em várias regiões do país, inclusive em São Paulo. Em 2014, foram confirmados 87 casos contraídos no estado. Em 2015, já foram 36 confirmações até o momento.