Ao contrário do que governos, imprensa e até organizações ambientalistas afirmam, não existe nenhuma crise hídrica no Brasil. Classificar o que está acontecendo com os recursos hídricos nos maiores estados do país como “crise” é reduzir e limitar a real compreensão dos fatos. Crises são acontecimentos abruptos e momentâneos. Um momento difícil na existência, quando enfrentamos – na maioria das vezes – situações quase sempre alheias a nossa vontade.
RIO DE JANEIRO - O Rio de Janeiro pode ter uma usina de dessalinização, segundo o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que encomendou um estudo de viabilidade a uma empresa espanhola especializada no tratamento de água do mar.
Essa seria a primeira usina do tipo no Rio e provavelmente no país, segundo o governo estadual. A ideia é construir uma unidade na zona oeste da capital, com capacidade para atender a até 1 milhão dos mais de 16 milhões de moradores do Estado.
A instalação de uma usina dessalinizadora para transformar água salgada em potável e que atenderia a 1 milhão de pessoas no estado do Rio de Janeiro está em estudos pelo governo estadual para reforçar o abastecimento na região metropolitana, informou ontem (12) o governador Luiz Fernando Pezão.
Após quase secar durante a estiagem do ano passado, o Rio Piracicaba entrou em estado de emergência na manhã desta quarta-feira (17), situação que ocorre quando o nível atinge 4,20 metros. E às 11h40 desta quarta, o manancial chegou a 4,32 metros em trecho próximo à região central de Piracicaba (SP). Em um dia, houve um aumento de 72% na profundidade, que estava estava em 2,51 metros na terça-feira (16).
Para preservar a água, o replantio de mudas é uma solução eficaz desde o século 19, no Rio de Janeiro. Diante da crise hídrica da época, o imperador Pedro II ordenou desapropriações na Floresta da Tijuca, onde hoje é Parque Nacional da Tijuca, devastado por plantações de café, e iniciou um amplo reflorestamento. A estratégia propiciou a recuperação natural da mata, que sofria com erosão e estava degradada, segundo a chefe do Laboratório de Geohidroecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Luiza Coelho Netto.
O programa de despoluição da Baía de Guanabara para as Olimpíadas de 2016 já chegou a 49%, segundo o Governador Luiz Fernando Pezão. Ele afirma que irá contar com a compreensão do Comitê Olímpico Internacional, que está na cidade esta semana para encontros com os governos municipal e estadual, caso a meta de 80% da despoluição não seja atingida.
A escassez de chuvas tem despertado a atenção para a necessidade de se encontrar fontes alternativas de abastecimento para a Grande São Paulo. Para muitos especialistas, a solução da crise hídrica, além de aumentar a capacidade dos reservatórios, seria fundamental o tratamento das águas de rios e córregos.
Os pneus inservíveis, isto é aqueles que estão “carecas” ou sofreram algum tipo de dano que inviabiliza o uso com segurança, transformaram-se nos últimos anos em um grande passivo ambiental devido à irresponsabilidade de diversos agentes desta cadeia, que deixaram pneus em margens de rios, lagos, estradas, entre outros locais.
“É evidente que as alterações de uso e cobertura do solo promovidas pela expansão agrícola na região de Cerrado têm potencial para afetar os serviços ecossistêmicos e vários importantes setores da economia do Brasil, tais como agricultura, produção de energia e disponibilidade hídrica”, alerta o pesquisador em hidrologia.
Apesar das fortes chuvas, a região Sudeste enfrenta uma grave crise hídrica, que está longe de chegar ao fim. A falta de água nas torneiras e a redução da pressão na distribuição impactam de forma negativa na saúde com aumento de doenças como a hepatite A, cólera, e, principalmente, diarreia, alertam os especialistas ouvidos pelo R7.
A Agência Nacional de Águas (ANA) reduziu, até 30 de junho, o limite mínimo da vazão afluente na Barragem de Santa Cecília, no Rio Paraíba do Sul, de 190 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 110 m³/s. A resolução foi publicada no Diário Oficial da União e entrou em vigor hontem (2).
Desde dezembro do ano passado, a vazão afluente (a que chega à barragem), estava reduzida a 140 m³/s. De acordo com a ANA, a medida objetiva à preservação dos estoques de água disponíveis nos reservatórios e garantir os usos múltiplos dos recursos hídricos, tendo em vista a desfavorável situação hidrometeorológica da região.
Em época de problemas no abastecimento hídrico e de poucas chuvas, a prefeitura de Vitória realizou o mapeamento de 45 nascentes no território da capital do Espírito Santo. De acordo com o prefeito Luciano Rezende, algumas foram destruídas pela ação humana. A intenção é que essas áreas passem por um trabalho de recuperação e preservação para que a disponibilidade de água seja ampliada na cidade.
Se morasse num lugar árido, o que seria mais apreciado e mais caro?
Caso more ou não num deserto, a água é um dos elementos mais valiosos para a humanidade. No entanto, segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. À medida que a população aumenta, também cresce a necessidade de abastecimento. O principal problema é que a quantidade de água no mundo não aumenta.
Você sabia que um cientista ganhador do Prêmio Nobel mora e ensina no Brasil? Talvez pense que ele é paparicado e ouvido em todas as questões relativas a seu campo de pesquisas. Pois saiba que não, muito pelo contrário. O Nobel radicado no Brasil é tratado como uma batata quente pelo establishment porque, há cerca de 40 anos radicado na Amazônia, é uma voz que clama no deserto (verde), alertando para a rápida destruição da floresta e suas graves consequências.
A água corresponde a 75% do planeta. Só que a maior parte dela, 97%, está nos oceanos. Dos 3% restantes, mais de 2% estão nas geleiras e menos de 1% em rios e lagos. Temos muita água na Terra, mas ela é mal distribuída. O mesmo acontece no Brasil, que, apesar de possuir 12% de toda a água doce do Mundo, 80% estão na região Amazônica.
A solução para reduzir os impactos negativos da seca está no próprio semiárido. É o que demonstram diversas famílias e comunidades cearenses que conseguem fazer bom uso dos recursos que ficam escassos nos meses de estiagem. E muita coisa é feita ali, ao lado das casas. O agricultor João Firmino, 85 anos, desceu a serra de Baturité, no centro-norte do Ceará, na década de 1950 para viver no Sertão Central (historicamente considerada a área mais árida do estado) e conta que, naquela época, não faltava serviço. Para ter água em casa, entretanto, era preciso sair às duas da madrugada em direção a um açude.
Um novo relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira (20) afirma que, se nada for feito, as reservas hídricas do mundo podem encolher 40% até 2030 e, por isso, é preciso melhorar a gestão deste recurso para garantir o abastecimento da população mundial.
O documento, elaborado pela agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, a Unesco, aponta ainda que 748 milhões de pessoas no planeta não têm acesso a fontes de água potável.
O bioma que ocupa um quarto do território brasileiro não tem rios de grande vazão, mas concentra nascentes que alimentam oito das 12 grandes regiões hidrográficas brasileiras. Especialistas consideram o cerrado como o berço das águas, já que nele estão localizados três grandes aquíferos – Guarani, Bambuí e Urucuia –, responsáveis pela formação e alimentação de importantes rios do continente. Para esses pesquisadores, a preservação da vegetação do cerrado é fundamental para a manutenção dos níveis de água em grande parte do país.
O dia 22 de março é o ‘Dia Mundial da Água’. E para mostrar a importância desse recurso tão precioso, o Fantástico percorreu uma região do Brasil que vive em estado de emergência. Justamente pela falta d’água. São quase mil cidades nesta situação.
Exércitos de caminhões-pipas tentam amenizar o problema, poços são perfurados em busca de água e até uma cidade que foi inundada nos anos 70 para a criação de uma hidrelétrica reapareceu por causa da seca.
Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está localizada na parte brasileira da Amazônia e é praticamente subutilizada.
Até dois anos atrás, o aquífero era conhecido como Alter do Chão. Em 2013, novos estudos feitos por pesquisadores da UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma área maior e nova definição.