São Paulo passará a usar água de reúso (esgoto tratado) no abastecimento da população, anunciou o governador Geraldo Alckmin. A medida também será adotada por Campinas, cidade localizada a 100 quilômetros da capital. Os municípios paulistas passam pela maior crise de abastecimento de água já enfrentada.
O anúncio da construção de estação de tratamento para que o esgoto seja transformado em água potável foi mais um capítulo da crise hídrica em São Paulo. De acordo com o governador Geraldo Alckmin, a água de reúso será matéria-prima para o fornecimento de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo. A decisão é apontada como solução para a escassez da água e preocupa especialistas na área.
Análises científicas feitas pela ONG Caminho das Águas e Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp) comprovaram que é imprópria para consumo humano a água coletada por moradores de Itu (SP) em bica de poço artesiano e reservatórios públicos espalhados por cinco pontos da cidade.
Um estudo da organização S.O.S Mata Atlântica e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas mostra que a falta de chuva não é o único motivo para redução do volume de água nos reservatórios de São Paulo.
A dez quilômetros da nascente, o Rio Tietê forma uma represa. Lá, não há reflexo da falta de chuva. O reservatório abastece Salesópolis, no interior de São Paulo, e passou o ano todo praticamente cheio. Para os ambientalistas, a maior aliada foi a presença da mata nativa.
Moradores do interior de SP usam água contaminada de bicas e fontes
Em Itu, estudos detectaram coliformes fecais em bicas e reservatórios de emergência. Consumo pode causar diarreias e infecções intestinais.
Por causa do tempo seco, moradores do interior de São Paulo estão buscando água nas fontes e bicas. O problema é que, em boa parte delas, a água está contaminada.
A placa avisa: a água da mina é imprópria para consumo. Mas até durante a noite os moradores formam fila para levar para a casa. "Se ela é imprópria eu não sei. Só sei que é melhor que a que chega nas nossas torneiras. Quando chega, né?", diz morador.
Os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); e de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), fecharam um acordo nesta quinta-feira (27) no Supremo Tribunal Federal (STF) para dar início a obras de infraestrutura a fim de reduzir os efeitos da crise hídrica que atinge atualmente a Região Sudeste.
A Agência Nacional das Águas (ANA) determinou que a barragem em Santa Cecília reduza a vazão de água de 190 m³/s para 160 m³/s, até 31 de dezembro deste ano. Com a medida, a agência pretende preservar os estoques de água do reservatório da bacia do Rio Paraíba do Sul, composto também pelos barramentos de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil.
A medida foi publicada no Diário Oficial da União de ontem (1º). Ainda de acordo com a resolução, ANA, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e governo do estado do Rio de Janeiro vão acompanhar as avaliações periódicas, feitas com o propósito de identificar os impactos causados pela redução da vazão.
A principal nascente do rio São Francisco, em São Roque de Minas, na região centro-oeste do Estado, voltou a ter água em abundância. A constatação foi feita na última semana por técnicos do ICMBio (Instituto Chico Mendes), órgão que administra o Parque Nacional Serra da Canastra, onde está localizada a nascente.
Apesar de o problema da crise hídrica ser mais evidente em São Paulo, dados da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que 55% dos municípios brasileiros podem sofrer deficit de abastecimento até 2015. O alerta foi feito nesta quinta-feira (4), em audiência sobre a crise da água no Brasil, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Os participantes chamaram atenção para outras bacias do País, como a do São Francisco.
O ano de 2014 no Brasil foi marcado, dentre outras coisas, pela escassez de água. Fenômeno até então pouco conhecido fora dos limites do Norte e do Nordeste do País, a seca chegou ao Sudeste e região.
Fruto da ausência de chuvas, possivelmente associada às mudanças climáticas, outros fatores também contribuíram para a terrível (e ainda não solucionada) situação a que chegamos. A falta de cuidado com a vegetação ciliar onde ela ainda existe é também apontada por especialistas como uma das causas do problema, na medida em que a devastação das áreas circundantes de rios, cursos d’água, lagos, lagoas, reservatórios e similares contribui para o assoreamento e, portanto, para as perdas qualitativas e quantitativas dos elementos hídricos e de suas funções ecológicas.
O nível dos rios que abastecem as regiões de Campinas e Piracicaba, no interior de São Paulo, subiu com as últimas chuvas, mas ainda está abaixo da média para o mês de dezembro.
Como a volta das chuvas ocorre após um longo período de estiagem na região, a vazão dos rios oscila como ondas, conforme o volume das precipitações.
O consumidor deve tomar alguns cuidados ao comprar água em galão e armazená-la. Em casa, o recipiente deve ficar longe do sol para evitar o surgimento de algas e bactérias. O líquido contaminado pode causar danos à saúde, como diarreia, desidratação e até infecção alimentar, segundo o Ministério da Saúde.
Apesar de ter voltado a chover no mês de dezembro, 2014 termina com um volume de chuva 25% abaixo do esperado na região, segundo a Somar Meteorologia. Para enfrentar a estiagem, ao longo do ano algumas cidades como Valinhos (SP), Vinhedo (SP) e Santo Antônio de Posse (SP) precisaram decretar racionamento. Em Campinas (SP), a medida não foi necessária, mas vários bairros ficaram sem água em outubro.
Os reservatórios de água doce que abastecem S. Paulo e seu grande entorno estão em seu menor nível dos últimos 80 anos. Em Los Angeles, a escassez de água devido à baixa pluviosidade é a maior dos últimos 100 anos. Nós aqui no Nordeste estamos saindo – bem devagar, é verdade – da pior estiagem dos últimos 50 anos.
A novidade é que essas estiagens – há um debate global se já são agravadas pelas mudanças climáticas – agora não impactam apenas o meio rural, mas o meio urbano. Nessas concentrações estão dezenas de milhões de pessoas dependentes da água que sai das torneiras.
Na Contramão da Transposição – Na Paraíba, as águas limpas da transposição do rio São Francisco vão se misturar a águas poluídas por esgotos sem tratamento de diversos municípios
Definidas as últimas licitações para a execução das obras da transposição do rio São Francisco, redimensionados os prazos de conclusão, restabelecidas as metas e retomado o andamento, a obra avança inexoravelmente. Na contramão da construção, porém, alguns obstáculos terão de ser superados para o aproveitamento dessa água – que já está saindo cara.
Para universalizar os serviços de água e esgoto no estado de São Paulo até 2020, seria necessário investir R$ 35 bilhões ao longo desse período, aponta pesquisa, divulgada hoje (13) pelo Instituto Trata Brasil. O levantamento, que analisa os benefícios da universalização do saneamento, aponta que esse investimento reduziria em mais de 46 mil os casos de diarreia ao ano para as famílias de baixa renda.
O noticiário da primeira quinzena de fevereiro foi dominado pelas notícias de apagões e suas ameaças, racionamentos e desabastecimentos de água, crises da matriz energética, etc. O racionamento já estava em quase 150 cidades, onde vivem mais de 6 milhões de pessoas. O uso médio de água ficava de 15% a 20% acima da média habitual de 150 litros diários por pessoa. O nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, abaixo da média do ano do racionamento, 2001. A questão da matriz energética já foi tratada em artigos anteriores – não é caso de retornar. Melhor tentar ver com que caminhos poderão ser enfrentadas de imediato as ameaças na área do fornecimento de água à população.
As nuvens que pairam sobre a Floresta Amazônica possuem características similares às das nuvens existentes em regiões de alto mar. Como há muita umidade na atmosfera e baixíssima concentração de material particulado – que oferece superfície para condensação do vapor d’água – as gotas aumentam de tamanho rapidamente e logo adquirem massa suficiente para precipitar.
A cena final do filme “Apocalypse Now” nivela o homem primitivo que mata um búfalo a golpes de facão – num ritual pagão – a um soldado americano que elimina outro soldado americano também a golpe de facão. Além do mais, a eliminação era uma operação secreta do próprio exército americano. O recado de Francis Coppola era óbvio: as tecnologias evoluíram, mas o ser humano continua tão primitivo quanto seus ancestrais da pedra lascada no trato aos seus semelhantes.
Juiz de Forateve 5.848 casos de dengue notificados em 2013, segundo o Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). Confirmados, foram 5261. O bairro mais afetado foi o Monte Castelo, seguido do Bandeirantes. Locais diversos dessas regiões apresentam acúmulo de lixo, caixas dágua destampadas e pontos que podem servir de criadouro do mosquito da dengue. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) informou que irá enviar funcionários para avaliar o problema.