O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, disse ontem (5) que a transposição de águas do Rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira é possível. A proposta foi feita pelo governo de São Paulo como forma de aumentar a segurança hídrica da região metropolitana da capital paulista, que atualmente enfrenta uma ameaça de racionamento.
O desmatamento, a poluição, a agricultura e a construção de hidrelétricas como a de Belo Monte, no Pará, estão ameaçando os rios da Amazônia, que formam a maior bacia de água doce do mundo. A afirmação é do pesquisador da universidade americana Virginia Tech, Leandro Castello. “A degradação dos rios vai afetar as populações locais, e isso tem sido observado em outros lugares do mundo. Está acontecendo no rio Mekong, no Vietnam, e no rio Ganges, em Bangladesh. E será o futuro da Amazônia, caso nada seja feito”, diz.
Menos água nas regiões secas, ainda mais inundações, fluxos de rios modificados, contaminação… O aquecimento global transformará radicalmente o mapa do acesso à água e acirrará as tensões em torno desse recurso vital. Matéria da AFP, no UOL Notícias.
O aquecimento previsto ao longo do século XXI e a pressão demográfica reduzirão a quantidade de água disponível tanto na superfície como nas camadas inferiores do solo na bacia do Mediterrâneo, na Península Arábica, na Ásia central e na Califórnia (EUA), ressaltam os especialistas do IPCC (Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas) em seu relatório de março.
Depois de atingir o menor nível já registrado – apenas 8,4% da sua capacidade –, o sistema Cantareira, principal fornecedor de água da região metropolitana de São Paulo, vai em busca das últimas gotas. Nesta quinta-feira (15/05), a Sabesp inicia uma operação emergencial para recuperar o chamado “volume morto” do reservatório.
A crise no abastecimento de água não se deve apenas ao calor recorde e ao menor índice de chuvas já registrado nos últimos 84 anos. Especialistas defendem que o desmatamento em bacias hidrográficas contribui para diminuir a quantidade e a qualidade das águas, tanto superficiais quanto subterrâneas.
Eventos climáticos extremos, como estiagens prolongadas, fortes tempestades e ondas de calor ou frio intenso, devem se tornar mais frequentes à medida que a temperatura do planeta se eleva – o que poderá impactar a disponibilidade dos recursos hídricos nos grandes centros urbanos brasileiros.
A avaliação foi feita pelo pesquisador Humberto Ribeiro da Rocha, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG/USP), durante palestra apresentada no terceiro encontro do Ciclo de Conferências 2014 do programa BIOTA-FAPESP Educação, realizado no dia 24 de abril, em São Paulo.
As enchentes urbanas tem sua principal causa na incapacidade das cidades em reter suas águas de chuva, o que as faz, pela impermeabilização generalizada de sua superfície, lançar essas águas em enormes e crescentes volumes, e em tempos progressivamente reduzidos, sobre um sistema de drenagem que não mais lhes consegue dar a devida vazão. O excesso de córregos canalizados e o intenso assoreamento por sedimentos, lixo e entulho que atinge todo o sistema de drenagem urbana só fazem agravar o problema.
“Sem a grande Floresta Amazônica, o destino climático de São Paulo é um deserto.” O alerta é do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Antonio Donato Nobre, que participou nesta terça-feira (3/6), em São Paulo, do debate “Crise da água: desafios e soluções”.
Ao apresentar dados do estudo “Rios voadores”, Nobre explicou aos participantes a relação existente entre a cobertura vegetal da Região Norte e o clima do Sudeste. “Temos aqui [no Sudeste] dois fatores de sorte: um chama-se Cordilheira dos Andes e o outro é a Floresta Amazônica”, relatou ele, para, em seguida, complementar: “Por isso, que nossa região não é um deserto, como acontece na Namíbia e no Kalahari [regiões desérticas da África situadas na mesma faixa de latitude do Sudeste brasileiro]”.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou neste sábado que não será possível limpar a Baía de Guanabara até 2016, quando o local receberá as competições de vela durante as Olimpíadas.
O Brasil havia assumido o compromisso de reduzir a poluição da baía em 80% até o evento.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, Paes lamentou a oportunidade perdida, mas disse que a poluição não representa um risco para a saúde dos atletas. Segundo ele, as provas ocorrerão em partes menos poluídas da Guanabara.
Antes de a cisterna ser construída no terreno da casa de Francisca Leitão Matos, da comunidade de Vertente, em Apuiarés (CE), ter acesso à água era difícil. “A gente não tinha água boa e de qualidade para tomar, não tinha como você guardar aquela água que chegava no inverno. Ela acabava e você ficava sem”, relata Francisca, que tinha que andar quilômetros para conseguir água para beber e cozinhar.
Monitoramento de parâmetros relaciona alterações nas características físicas, químicas e biológicas da água. Processo é fundamental para mensurar os índices de qualidade dos recursos hídricos, especialmente da água direcionada ao abastecimento público
A água do planeta sofre constantes transformações, se renova e é reutilizada. Uma das principais transformações que a água sofreu no último século é a crescente contaminação, problema que afeta especialmente as grandes áreas urbanas e zonas litorâneas. Em razão do aumento da importância da água para a segurança de populações e devido ao risco de contaminação decorrente das atividades humanas surge a necessidade de um controle mais rígido para o abastecimento público. Neste cenário, destaca-se a importância do monitoramento da qualidade da água para a gestão dos recursos hídricos.
Mudanças climáticas e o aumento no consumo de água ameaçam o abastecimento em algumas das principais cidades, algo inimaginável há alguns anos
Até pouco tempo atrás, no imaginário coletivo dos brasileiros, a seca ainda era um problema exclusivo da região nordeste, uma das mais pobres do país. Novelas, filmes, músicas e outras obras de arte imortalizaram as famílias que, definhando de fome e sede, deixavam seus pequenos sítios para trás. E rumavam para cidades como São Paulo, no sudeste, onde havia mais oportunidades.
Mais de 162 quilômetros cúbicos de água estão no subterrâneo da Amazônia. Esse é o tamanho do Sistema Aquífero Grande Amazônia – SAGA, que, segundo pesquisadores, é um conjunto de camadas geológicas com reservas expressivas de água subterrânea.
A quantidade surpreendeu o geólogo Francisco de Assis Matos de Abreu, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que participou da mesa redonda sobre o tema, nesta sexta-feira, 25, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “O aquífero é maior do que imaginávamos”, declarou.
A principal fonte de poluição da Baía de Guanabara é o esgoto doméstico dos 15 municípios que ficam na região e que é despejado nos rios e no espelho d’água sem tratamento adequado. A constatação é compartilhada pelo Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, por especialistas em recursos hídricos, pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e pelo Ministério do Meio Ambiente.
Os reservatórios de água doce que abastecem S. Paulo e seu grande entorno estão em seu menor nível dos últimos 80 anos. Em Los Angeles, a escassez de água devido à baixa pluviosidade é a maior dos últimos 100 anos. Nós aqui no Nordeste estamos saindo – bem devagar, é verdade – da pior estiagem dos últimos 50 anos.
A novidade é que essas estiagens – há um debate global se já são agravadas pelas mudanças climáticas – agora não impactam apenas o meio rural, mas o meio urbano. Nessas concentrações estão dezenas de milhões de pessoas dependentes da água que sai das torneiras.
Na Contramão da Transposição – Na Paraíba, as águas limpas da transposição do rio São Francisco vão se misturar a águas poluídas por esgotos sem tratamento de diversos municípios
Definidas as últimas licitações para a execução das obras da transposição do rio São Francisco, redimensionados os prazos de conclusão, restabelecidas as metas e retomado o andamento, a obra avança inexoravelmente. Na contramão da construção, porém, alguns obstáculos terão de ser superados para o aproveitamento dessa água – que já está saindo cara.
Para universalizar os serviços de água e esgoto no estado de São Paulo até 2020, seria necessário investir R$ 35 bilhões ao longo desse período, aponta pesquisa, divulgada hoje (13) pelo Instituto Trata Brasil. O levantamento, que analisa os benefícios da universalização do saneamento, aponta que esse investimento reduziria em mais de 46 mil os casos de diarreia ao ano para as famílias de baixa renda.
O noticiário da primeira quinzena de fevereiro foi dominado pelas notícias de apagões e suas ameaças, racionamentos e desabastecimentos de água, crises da matriz energética, etc. O racionamento já estava em quase 150 cidades, onde vivem mais de 6 milhões de pessoas. O uso médio de água ficava de 15% a 20% acima da média habitual de 150 litros diários por pessoa. O nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, abaixo da média do ano do racionamento, 2001. A questão da matriz energética já foi tratada em artigos anteriores – não é caso de retornar. Melhor tentar ver com que caminhos poderão ser enfrentadas de imediato as ameaças na área do fornecimento de água à população.
As nuvens que pairam sobre a Floresta Amazônica possuem características similares às das nuvens existentes em regiões de alto mar. Como há muita umidade na atmosfera e baixíssima concentração de material particulado – que oferece superfície para condensação do vapor d’água – as gotas aumentam de tamanho rapidamente e logo adquirem massa suficiente para precipitar.
A cena final do filme “Apocalypse Now” nivela o homem primitivo que mata um búfalo a golpes de facão – num ritual pagão – a um soldado americano que elimina outro soldado americano também a golpe de facão. Além do mais, a eliminação era uma operação secreta do próprio exército americano. O recado de Francis Coppola era óbvio: as tecnologias evoluíram, mas o ser humano continua tão primitivo quanto seus ancestrais da pedra lascada no trato aos seus semelhantes.
Juiz de Forateve 5.848 casos de dengue notificados em 2013, segundo o Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). Confirmados, foram 5261. O bairro mais afetado foi o Monte Castelo, seguido do Bandeirantes. Locais diversos dessas regiões apresentam acúmulo de lixo, caixas dágua destampadas e pontos que podem servir de criadouro do mosquito da dengue. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) informou que irá enviar funcionários para avaliar o problema.