Mais de 162 quilômetros cúbicos de água estão no subterrâneo da Amazônia. Esse é o tamanho do Sistema Aquífero Grande Amazônia – SAGA, que, segundo pesquisadores, é um conjunto de camadas geológicas com reservas expressivas de água subterrânea.
A quantidade surpreendeu o geólogo Francisco de Assis Matos de Abreu, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que participou da mesa redonda sobre o tema, nesta sexta-feira, 25, durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “O aquífero é maior do que imaginávamos”, declarou.
A principal fonte de poluição da Baía de Guanabara é o esgoto doméstico dos 15 municípios que ficam na região e que é despejado nos rios e no espelho d’água sem tratamento adequado. A constatação é compartilhada pelo Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, por especialistas em recursos hídricos, pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e pelo Ministério do Meio Ambiente.
De onde vem e para onde vai a água utilizada na exploração do gás de xisto? Essas questões geram frequentes polêmicas e debates, uma vez que produtos químicos são utilizados nesse tipo de extração. De acordo com o conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o pesquisador Jailson de Andrade, ainda faltam estudos criteriosos sobre o assunto.
Os tratamentos de água são necessários para águas residuárias de sistemas industriais ou para os esgotos coletados nas áreas com populações. Objetivam devolver características físico-químicas às águas, antes das mesmas serem dispostas ou retornarem aos sistemas hídricos naturais, superficiais ou subterrâneos.
Contra fatos não há argumentos. O que acontece atualmente com relação ao desabastecimento de água em São Paulo se enquadra na retórica de que uma mentira repetida muitas vezes acaba virando verdade.
O governo paulista insiste em negar que se as obras necessárias tivessem sido realizadas poderia ser menos dramática a atual situação. E insiste ainda em responsabilizar São Pedro pelo caos evidente. A culpa não é da seca! A seca é parte do problema, pois desde sempre se soube que ela poderia vir.
Um acordo firmado ontem (18) em Brasília pretende garantir o abastecimento de água nos estados do Sudeste. Foi discutido o cenário de abastecimento do Rio Paraíba do Sul, nos municípios que dependem diretamente do rio.
O acordo foi assinado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e os secretários estaduais de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, e de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Francisco Portinho , e de Minas Gerais, Alceu José Torres Marques. A reunião também teve a participação do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.
É preciso discutir questão da reserva de água, diz ministra
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, alertou ontem (20) para a baixa reserva de água no país, lembrando a situação vivida no início desta semana pelos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e Minas Gerais em relação ao abastecimento do Rio Paraíba do Sul.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que o órgão não pretende alterar a decisão de preservar os reservatórios nas cabeceiras dos rios até chegar a estação de chuvas no país. Segundo ele, apesar da escassez, a medida tem dado resultado, mesmo com os conflitos de interesse. Chipp também informou que não é possível avaliar quando começará a recuperação hídrica dos reservatórios.
A cada 10 litros de água tratada nas 100 maiores cidades do país, 3,9 litros (39,4%) se perdem em vazamentos, ligações clandestinas e outras irregularidades. O índice de perda chega a 70,4% em Porto Velho e 73,91% em Macapá. Os números são do Ranking do Saneamento, divulgado ontem (27) pelo Instituto Trata Brasil, com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2012.
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) evitará que condomínios despejem esgoto sem tratamento no rio
O Ministério Público Federal em Campos (MPF/RJ) celebrou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Concessionária Águas do Paraíba e três condomínios em Campos (edifícios Barcelos Martins, Tancredo Neves e João Paulo II) para que parem de despejar esgoto sem tratamento nas águas do rio Paraíba do Sul. Os prédios existem há mais de 25 anos e possuem mais de 360 apartamentos, com cerca de 1.400 moradores.
Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, o reuso de águas servidos na agricultura tem sido alvo de estudos. Esse tipo de reuso tem grande aceitação, principalmente quando se trata de redução de impactos ao meio ambiente. De acordo com Ana Paula Alves Barreto Damasceno, autora da tese Desinfecção de águas servidas através de tratamento térmico utilizando coletor solar, “essas águas apresentam como vantagem altos teores de nutrientes que podem ser aplicados em diversas culturas por meio de diversos métodos de irrigação devendo, em alguns casos, ser feito apenas a complementação”.
A economia e o reaproveitamento da água são preocupações crescentes entre a população. Em São Paulo, medidas de racionamento de água adotadas nos últimos meses mostraram que o uso irracional dos recursos hídricos já atinge índices que comprometem o abastecimento e precisa de soluções eficazes no longo prazo.
A falta de chuvas dos últimos meses fez com que o volume de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas que operam nas regiões Sudeste e Centro-Oeste atingisse na terça-feira (21) o nível mais baixo desde 2001, ano em que o país foi obrigado a adotar o racionamento de energia. Fontes de abastecimento hídrico das principais usinas geradoras de eletricidade do país, os reservatórios atingiram, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), 20,93% de sua capacidade máxima nessa terça-feira. Na mesma data de outubro de 2001, o volume registrado atingia 21,39% do limite máximo.
Os reservatórios de água doce que abastecem S. Paulo e seu grande entorno estão em seu menor nível dos últimos 80 anos. Em Los Angeles, a escassez de água devido à baixa pluviosidade é a maior dos últimos 100 anos. Nós aqui no Nordeste estamos saindo – bem devagar, é verdade – da pior estiagem dos últimos 50 anos.
A novidade é que essas estiagens – há um debate global se já são agravadas pelas mudanças climáticas – agora não impactam apenas o meio rural, mas o meio urbano. Nessas concentrações estão dezenas de milhões de pessoas dependentes da água que sai das torneiras.
Na Contramão da Transposição – Na Paraíba, as águas limpas da transposição do rio São Francisco vão se misturar a águas poluídas por esgotos sem tratamento de diversos municípios
Definidas as últimas licitações para a execução das obras da transposição do rio São Francisco, redimensionados os prazos de conclusão, restabelecidas as metas e retomado o andamento, a obra avança inexoravelmente. Na contramão da construção, porém, alguns obstáculos terão de ser superados para o aproveitamento dessa água – que já está saindo cara.
Para universalizar os serviços de água e esgoto no estado de São Paulo até 2020, seria necessário investir R$ 35 bilhões ao longo desse período, aponta pesquisa, divulgada hoje (13) pelo Instituto Trata Brasil. O levantamento, que analisa os benefícios da universalização do saneamento, aponta que esse investimento reduziria em mais de 46 mil os casos de diarreia ao ano para as famílias de baixa renda.
O noticiário da primeira quinzena de fevereiro foi dominado pelas notícias de apagões e suas ameaças, racionamentos e desabastecimentos de água, crises da matriz energética, etc. O racionamento já estava em quase 150 cidades, onde vivem mais de 6 milhões de pessoas. O uso médio de água ficava de 15% a 20% acima da média habitual de 150 litros diários por pessoa. O nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, abaixo da média do ano do racionamento, 2001. A questão da matriz energética já foi tratada em artigos anteriores – não é caso de retornar. Melhor tentar ver com que caminhos poderão ser enfrentadas de imediato as ameaças na área do fornecimento de água à população.
As nuvens que pairam sobre a Floresta Amazônica possuem características similares às das nuvens existentes em regiões de alto mar. Como há muita umidade na atmosfera e baixíssima concentração de material particulado – que oferece superfície para condensação do vapor d’água – as gotas aumentam de tamanho rapidamente e logo adquirem massa suficiente para precipitar.
A cena final do filme “Apocalypse Now” nivela o homem primitivo que mata um búfalo a golpes de facão – num ritual pagão – a um soldado americano que elimina outro soldado americano também a golpe de facão. Além do mais, a eliminação era uma operação secreta do próprio exército americano. O recado de Francis Coppola era óbvio: as tecnologias evoluíram, mas o ser humano continua tão primitivo quanto seus ancestrais da pedra lascada no trato aos seus semelhantes.
Juiz de Forateve 5.848 casos de dengue notificados em 2013, segundo o Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa). Confirmados, foram 5261. O bairro mais afetado foi o Monte Castelo, seguido do Bandeirantes. Locais diversos dessas regiões apresentam acúmulo de lixo, caixas dágua destampadas e pontos que podem servir de criadouro do mosquito da dengue. O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) informou que irá enviar funcionários para avaliar o problema.