O primeiro registro da seca no semiárido brasileiro, que engloba a maior parte da região do Nordeste do país e o Norte de Minas Gerais, foi feito ainda no primeiro século após o descobrimento. Desde então, milhares de pessoas já sofreram com a falta de água e cada vez mais a região vem se adaptando e buscando formas mais dignas para os que vivem em meio à ausência de água.
A preocupação com a crise hídrica que atinge o país motivou o senador Humberto Costa (PT-PE) a apresentar um projeto com o objetivo de promover o uso de fontes alternativas de abastecimento de água. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 13/2015, que começou a tramitar na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) na quarta-feira (4), estabelece medidas como o aproveitamento de água de chuva e o abastecimento com água de reuso.
São Paulo - A crescente busca por fonte de água alternativa ao fornecimento da Sabesp, comprometido em função da seca nos principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo (Cantareira e Alto Tietê), coloca em risco a população para epidemias ligadas às doenças transmitidas por água contaminada. Surtos de hepatite A, rotavírus, diarreia e gastroenterites, entre outros vírus de infecção fecal-oral, poderão ser comuns caso as medidas caseiras não sejam orientadas e fiscalizadas pelo poder público.
A crise hídrica ainda está longe de acabar, mas o volume de água armazenada subiu de quinta (5) para sexta-feira (6) nos seis sistemas de abastecimento administrados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A elevação é resultado das chuvas praticamente contínuas que caíram tanto na região metropolitana quanto nas cabeceiras dos mananciais, informou a empresa.
Na manhã desta sexta-feira (6) o nível do Rio Madeira marcou 15,59 metros, o número é 11 centímetros maior do que a registrada na segunda-feira (2), quando o rio chegou a 15,48 metros. A média histórica no dia 6 de fevereiro é de 13,49 metros. Segundo o Serviço Geológico do Brasil – Companhia de Pesquisas em Recursos Minerais (CPRM), o nível está oscilando e se mantém estável. A Prefeitura de Porto Velho decretou estado de alerta para uma possível cheia no dia 27 de janeiro, quando o rio atingiu a marca de 15,28 metros.
Depois de um início de ano de altos e baixos, o Rio Piracicaba registrou a maior vazão de 2015 na manhã desta sexta-feira (6) no trecho da Rua do Porto, em Piracicaba (SP). O manancial atingiu 172 mil litros de água por segundo às 10h e a profundidade neste horário chegou a 2,47 metros. Os índices se elevaram após um acumulado de 25 milímetros de chuva na quinta (5). Apesar de altos, os valores não chegaram à média histórica para fevereiro, segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
O número de casos de dengue nas quatro primeiras semanas do ano aumentou 57,2% entre 2014 e 2015, saltando de 26.017 para 40.916 em todo o Brasil. Os dados foram divulgados neste sábado (7) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Entre outros motivos, o ministro atribui a expansão da doença à crise hídrica, que faz muitas pessoas estocarem água em casa.
Rio - Depois de dois anos de obras, a Praça da Bandeira foi reinaugurada na manhã deste sábado, pelo prefeito Eduardo Paes e secretários municipais. O local, que sofreu durante anos com enchentes especialmente durante o verão, agora conta com área de lazer, anfiteatro e rinque de patinação, além de um reservatório para amenizar 18 milhões de litros dágua.
Segundo o prefeito, o risco de alagamentos ainda existe, mas é menor do que em outras épocas. "Prefiro dizer que ainda tem risco de enchente. Vou esperar as outras obras serem concluídas, até 2016. A situação com certeza é melhor do que no ano passado", afirmou.
Rio - O Brasil registrou em janeiro um aumento de 57% dos casos de dengue, uma expansão que o governo federal atribuiu neste sábado, em parte, à crise hídrica que afeta a região Sudeste. Nas quatro primeiras semanas do ano, o país contabilizou 40.196 casos de dengue. No mesmo período em 2014, houve 26.017 confirmações da doença, informou neste sábado o Ministério da Saúde.
Apesar da falta de chuva nos mananciais do Sistema Cantareira, o reservatório começou o ano de 2015 com o nível estável e manteve nesta quinta-feira (1) o mesmo nível do dia anterior: 7,2%, segundo a Sabesp. O valor contabiliza a captação da segunda cota da reserva técnica, conhecida como volume morto.
Brasília - As obras de transposição do Rio São Francisco devem ser concluídas até o início de 2016, disse hoje (2) o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, após a cerimônia de transmissão de cargo.
Occhi substitui Francisco Teixeira, que será o secretário de Recursos Hídricos do Ceará.
“Estamos com 70% das obras executadas. Nossa previsão é para o início do ano que vem, em 2016, entregarmos essas obras. A expectativa é essa, de entregar uma obra importantíssima para a Região Nordeste", disse o ministro.
Moradores de vários bairros de Teresina reclamam da falta de abastecimento de água há vários dias. Em alguns pontos da cidade, o líquido está faltando nas torneiras da população há mais de 30 dias. No residencial Torquato Neto, várias quadras enfrentam o problema de abastecimento e sobram reclamações.
Devido o problema, alguns moradores se veem obrigados a irem para a casa de parentes e só retornam a noite para dormir. Uma estação de tratamento construída para resolver o problema de abastecimento na região nunca foi inaugurada e os moradores reclamam. “O problema é tão grave que tem ruas aqui que já estão com mais de 30 dias sem água e a gente não sabe mais para quem recorrer”, falou o comerciante Jean Machado.
A cidade de São Francisco do Sul, no Norte do estado, enfrenta problemas com o abastecimento de água nesta sexta-feira (2) . Em função do aumento da população com o Verão e do alto consumo, os reservatórios ficaram vazios e para enchê-los novamente foi preciso interromper o abastecimento em alguns pontos na região dos balneários desde quinta-feira (1).
O Cantareira é responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas. O dado já considera as duas cotas do volume morto, acrescentadas em maio e outubro. A primeira adicionou 182,5 bilhões de litros de água da reserva técnica. Já a segunda reserva técnica considera 105 bilhões de litros.
De onde vem a água que chega às torneiras das cidades no Sudeste brasileiro? O que explica a escassez que causou alarme nos últimos meses? Sem a possibilidade de chegar a uma resposta simples, o assunto foi tratado na reportagem de capa da edição de dezembro de Pesquisa FAPESP. E não cabe num único vídeo, nem se esgota nos dois realizados por nossa equipe audiovisual.
O drama das torneiras sem água vivido pela população de Pará de Minas, no Centro-Oeste mineiro, no segundo semestre de 2014, voltou a assombrar os moradores. Foram até duas semanas de racionamento à época e a falta de chuva nos últimos dias reacendeu o alerta na cidade, onde os mananciais de captação superficial operam abaixo do nível normal. Para atingir a produção de 200 litros/segundo e atender à demanda do município, a Companhia de Saneamento Urbano (Copasa) já lançou mão de poços artesianos, desde 2012, de onde foram retirados 40% do volume necessário para completar a produção, ou seja, 80 litros/segundo.
Um dos principais rios do sudoeste brasileiro, o Paraíba do Sul também vem sofrendo com as ações do homem. Ao mesmo tempo que origina 10% do PIB nacional e abastece cidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, sua bacia recebe em troca desde esgoto doméstico sem tratamento até dejetos de indústrias e resíduos tanto da agricultura como da pecuária.
Foi a partir dessa problemática que a bióloga e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Maria Isabel Rocha resolveu estudar os efeitos de toda essa poluição na água.
O Sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, começou fevereiro em queda após sete dias com estabilidade. Neste domingo (1º), as represas tinham 5% da capacidade, contra os 5,1% que apresentavam desde 25 de janeiro, segundo dados da Sabesp divulgados na manhã de domingo.
Apesar dos temporais que atingiram todo o estado no fim de semana, o nível da bacia do Rio Paraíba do Sul voltou a cair, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Neste domingo (1º), o volume do rio chegou a 0,33%. A porcentagem é calculada a partir do nível dos quatro reservatórios que abastecem o Rio de Janeiro – Paraibuna (SP), Santa Branca (SP), Jaguari (SP) e Funil (RJ).
O nível dos reservatórios do Sistema Cantareira registrou na terça-feira (3) a primeira alta de 2015. O volume subiu para 5,1%, contra 5% na segunda-feira (2), de acordo com medição da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A ligeira elevação é resultado das chuvas sobre o manancial nos últimos dias.